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Fitoquímicos presentes na Linhaça
Os fitoquímicos são substâncias químicas presentes nos vegetais. Os ácidos fenólicos compõem uma classe de fitoquímicos encontrados em abundância nas plantas, cumprindo atividades antioxidante, anticâncer e antibiótica. Curiosamente, nas plantas, esses compostos são importantes para o normal desenvolvimento e para a defesa contra infecção e pragas.
Na semente de linhaça, sempre associados com a fibra de suas paredes celulares, estão presentes os seguintes fitoquímicos: (I) as ligninas vegetais, (2) os fitosteróis e (3) os bioflavonóides.
As ligninas vegetais da linhaça, apesar de classificadas como fibras insolúveis, são quimicamente compostos fenólicos, fitoquímicos biologicamente ativos, comprovadamente úteis na prevenção e no tratamento de doenças.
Já as lignanas mamíferas são compostos que não estão presentes na dieta alimentar como tal, mas são obtidas a partir de seus precursores, as ligninas vegetais. A semente da linhaça é uma fonte importante das ligninas vegetais secoisolariciresinol diglicosídio (SECO), matairesinol e pinoresinol. Todas são ligninas vegetais que se convertem em lignanas mamíferas - enterodiol e enterolactona - através da flora bacteriana do cólon dos humanos e outros animais.
As lignanas mamíferas tem ação antioxidante e fitoestrógena, e vem sendo investigadas também quanto as suas propriedades anticancerígenas. São reconhecidas como fitoestrógenos porque, apesar de terem origem vegetal, podem exercer ações semelhantes às dos estrógenos endógenos, naturalmente presentes nas células de humanos e demais mamíferos.
Uma vez ingerido o alimento rico em ligninas vegetais, elas serão modificadas pela microflora intestinal através de hidrólise enzimática (betaglucosidades), transformando-se em lignanas mamíferas com atividades estrogênicas.
Já no cólon, o enterodiol e a enterolactona tem dois destinos metabólicos: podem ser excretados diretamente com as fezes ou são absorvidos e, no fígado, sob a ação de enzimas hepáticas, sofrem nova transformação metabólica. Estudos com ratos revelam que a concentração de enterodiol e enterolactona na urina esta diretamente relacionada com a quantidade de ligninas vegetais ingerida na alimentação.
As lignanas mamíferas são estruturalmente similares tanto aos estrogênios sintéticos quanto aos de ocorrência natural (endógenos), e porque vem sendo mostrado que elas possuem atividade estrogênica fraca e antiestrogênica, elas podem desempenhar um papel importante na prevenção de cânceres dependentes de estrogênios.
Na reposição ou tratamento hormonal com fitoestrógenos, sua absorção depende da atuação da microflora intestinal, sendo necessária, primeiramente, a quebra de sua molécula, de modo a conferir biodisponibilidade. Assim, condições que alterem o equilíbrio bacteriano (uso crônico de medicamentos, como antibiótios e anti-inflamatórios; estresse; constipação intestinal; proliferação exacerbabda de Candida albicans, entre outros) podem afetar a captação desses compostos e reduzir sua eficácia.
Em geral, as ligninas vegetais podem ser encontradas nestas altas concentrações somente na semente inteira, na semente moída in natura ou desengordurada. No óleo prensado a frio, os teores são mínimos, pois as ligninas vegetais não são solúveis em óleo.